Desafio 52 semanas – semana 1 e 2 – Parte II

Lembram-se onde ficámos ontem? (se te faltou oportunidade, lê a primeira parte do post aqui)
Ontem conclui o meu relato do desafio 1 no mesmo local onde será iniciado no desafio 2.

A partir do Príncipe Real, a carta nº 7 vai levar-nos deste jardim até ao miradouro de Santa Catarina, percorrendo a Rua do Século.

Ponho-me a caminho e começo a descer a rua. Nesta rua aconteceu história e ainda se formam histórias.

Quando descemos a rua encontramos nas suas transversais becos e ruas de encanto. Vestígios do tempo. Vestígios de sossego e em alguns casos de abandono. Mas também vestígios de uma nova vida.

Foi nesta rua que nasceu o famoso Marquês. O de Pombal. Enquanto me abrigo da chuva na ombreira de uma porta, avisto o edifício onde consta a história e a placa que a conta. 

Inspira-se arte. Não é por acaso. 

Num edifício com uma fachada emblemática, que nos faz parar e pairar, concentra-se um espaço dedicado à dança. Aqui fica o Conservatório Nacional.

Assim que me é permitido continuar, vou apreciando os edifícios. Existem alguns de tom amarelo. De um amarelo pouco vulgar. E a cor ilumina a rua. E a História também.

Esta rua tem o nome de um Jornal emblemático. Foi nela que o jornal “O Século” esteve em atividade durante 100 anos. Quantas histórias passaram por aqui!


Continuando a descer e com atenção aos edifícios em redor, vai-se encontrando pequenas surpresas. Esta rua termina na Calçada do Combro, mais apressada e concorrida.

Nesta rua que inclina em descida para São Bento e em subida para o Largo de Camões, passa para cima e para baixo o elétrico 28. A partir daqui pode-se partir em outras aventuras pela cidade. E vale o passeio.

Mas o objetivo é continuar a pé. Entre ruas, ruelas e escadarias, continuo a encontrar o encanto da cidade. Se para trás ficou a azáfama da calçada. Regressa-se ao silêncio. 

Ouve-se o eco das gaivotas. Estamos a aproximar do destino final. Avista-se ao longe o rio.

O miradouro está solitário. O tempo de chuva e o vento afastaram os visitantes. O quiosque e a esplanada estão fechados. Reflexo do Inverno, agora rigoroso. Na primavera tudo isto voltará à vida. 
Agora apreciamos na companhia do adamastor, a vista sobre o rio. Ao longe vê-se o Cristo (Rei) de braços abertos, e a ponte com o seu rubor entre o enublado. Hoje não há barcos a brincarem no rio e a água teve o seu azul substituído por uma cor que lembra cimento.

Quase que sou levada pelo vento. Mas cheguei. Missão cumprida!

Agora anseio pela próxima aventura! E deixo esta questão… quem quer vir comigo?

Com amor,
Judite <3