Deixa a flor no jardim
“Se amas uma flor, não a colhas. Porque se colheres ela morre e deixa de ser o que amas. Então, se amas a flor, deixa-a estar. O amor não está na posse. O amor está na apreciação.”
OSHO
Muitas vezes, quando amamos alguma coisa teimamos em levá-la connosco. Guardar num sitio bem resguardado de desejo alheio, e conservar eternamente uma imagem que nos reteve.
Muitas vezes aguardamos o retorno que cobramos. Não damos só por dar. Não nos dispomos a receber o que nos querem ou podem dar. Exigimos respostas que não podem existir.
Quando colhemos uma flor do jardim quebramos as suas raízes. E se não há raízes, como podemos exigir que seja igual quando no seu meio natural?
Exigimos constantemente que a flor seja vistosa, continue a irradiar cor, aroma. Mas queremos aquela cor, aquele aroma que sentimos no exacto momento que a colhemos.
Queremos apenas aquilo. É ignorada a cor que a flor tem com o luar, nos dias de chuva ou com o sol radioso. Apenas existe aquele momento. E aquele momento torna-se uma inteira realidade.
E a flor deixa de ser interessante. A jarra onde passa a habitar não a completa, não lhe dá substrato e sobrevivência. E a flor deixa de radiar qualquer beleza, e encaminha-se para outro estado. Uma flor seca talvez, guardada entre duas páginas de um livro.
Quando encontrares uma flor que te cative, cuida dela sem a colheres.
Talvez até a possas levar contigo. Mas transplanta-a para um vaso.
Não desejes flores em jarras!
Com amor,
Judite <3