Toda a fama!

Podia ser All Fama, mas a sua origem é árabe.
Da colonização longínqua, Alfama ainda guarda vestígios de encantos medievais.

Mas, história à parte, o seu encanto é visível pela imagem.

Causa-me alguma estranheza a relação que os Lisboetas tem com esta zona mística da cidade. Quando corremos os corredores de encanto apenas encontramos residentes do bairro e turistas encantados.

E o resto? O resto (grande parte) vem apenas “aos Santos”. No resto do ano é como se nada aqui existisse.

Quando digo que sou apaixonada por Lisboa, não é Lisboa das Avenidas Novas, do Parque das Nações ou de Belém… É Lisboa dos Bairros típicos cheios de cores, aromas e sabores próprios.

Quando nos deixamos ir ruelas dentro, pelo bairro entra-se noutra cidade.

Numa cidade de vizinhas sentadas à porta ou debruçadas à janela.
Numa cidade de crianças que correm e brincam às escondidas ou à bola na calçada.
Numa cidade em que o tempo parece menos apressado.
Numa cidade onde entramos em qualquer sitio e podemos ficar a conversar horas com o dono do café.
Numa cidade que quando o dia dá lugar à noite, os bares de petiscos e restaurantes de fado abrem de par em par as suas portas.
Numa cidade onde as pessoas simples nos recebem “nas suas casas” com sorriso e dois dedos de conversa.
Numa cidade onde se encontra o antigo e o novo num só espaço numa harmonia natural e despreocupada.
Numa cidade onde os grandes restaurantes de fado se intercalam com minúsculos bares de vinhos, queijos e uma música no ar.

Quando percorremos as ruas de alfama, seja de dia ou de noite, existe algo no ar. Uma magia que é emanada pelos negócios de porta a porta, pelas gentes e pela mística das pequenas ruelas. e essa energia intensifica-se com os raios de sol.

Deixem-se levar até ao coração deste bairro. Este é o sitio onde há fama, e toda esta fama que me encanta, só poderia ser Alfama.

Com amor,
Judite <3