Porque sim!
Faz alguns anos que decidi que não ia escrever sobre ideologias de opinião pública controversa nos meus blogues.
Hoje por algo que me tocou o coração, vou quebrar esta regra.
No meu primeiro blogue, há 12 anos atrás, centrava-me muito sobre a defesa de um modo de vida vegetariano. Partilhava artigos, vídeos e cosias que mais por uma causa que defendida com unhas e dentes, e pela qual tinha necessidade de gritar ao mundo.
Sempre que me deparava com a necessidade de dizer a alguém que não comia carne, seguia-se um interrogatório, qual criminoso no banco dos réus. E eu retaliava. e ficava cansada com isso quando só queria viver na minha opção.
Com o tempo, passei a viver os meus valores para mim, com a medida que me trás conforto.
Perante as mil e umas perguntas de “Porque é que não comes carne?”, passei a responder “Porque sim!”.
E para questionadores mais insistentes, comecei a devolver um “porque é que tu comes carne?”.
Entre estas duas respostas, a minha opção tornou-se mais tranquila.
Ontem, passado algum tempo desde que alguém me tivesse colocado essa questão, voltei a ouvir a pergunta.
A verdade é que a minha indiferença é relevada para algumas pessoas. Que pela forma como demonstram algum interesse pela questão, podem ouvir uma resposta mais assertiva.
Quando ouvi as “palavras mágicas”, de forma serena, viajei no tempo.
Viajei para a fotografia épica de quando mal sabia andar e vibrava com os animais à minha volta.
Viajei para a minha infância na casa dos meus avós.
Para os coelhinhos que segurava no colo e apertava com todo o amor.
Os patos para os quais arquitetava planos de um super lago e insistia com o meu avô para os concretizar.
Para o leitãozinho que amamentei de biberon porque era o mais frágil da ninhada esfomeada.
Entre tanta outra bicharada e aventuras.
Depois da viagem de ontem, hoje recebi a partilha de um vídeo maravilhoso e peseei emocionada: como isto resume tudo.
Esta minha opção não a vendo ou obrigo a qualquer outra pessoa.
É a minha opção, porque me faz sentido.
Mas mais do que isso, a razão vem de amor.
Com amor,
Judite <3