Quanto pesa uma desistência?
Nunca quis ser uma desistente!
A palavra desistir sempre teve um eco aterrador! Afinal… estamos cá para concretizar. Concordam?
Houve um dia que descobri que há uma grande diferença entre desistir e não valer a pena! E há coisas que descobrimos que simplesmente não são ou não estão… e por isso devemos fazer um reset e revalidar tudo!
Pode ser um processo doloroso,
Podemos passar por uma lista de negações,
Podemos até “sacudir a chuva” da cartola…
Podemos esquecer esta aprendizagem e repetir a fórmula que nos levou ao ponto de necessitar de carregar no botão.
Mas quando não somos nós, quando a essência deixa de existir, porque insistir?
Somos seres de apegos. De receios.
Somos seres que tememos não voltar a ter a oportunidade de um caminho que já avistámos.
E sufocamos com o peso de só podermos ficar ou ir. E não haver regresso que nos permita apagar o que menos nos agrada.
Somos seres que vemos a desistência como abandono e que a saída de algo onde pertencemos é uma desistência. E conotamos vezes e vezes sem fim, o ir embora a uma partida indesejável.
Mas há saídas que simplesmente não são uma simples desistência. E há desistências que não um simples abandono. Passa apenas por embarcar numa aventura maior. A da vida. A de nós próprios.
São a ida a um mundo que é nosso, em troca de outro que o deixou de ser.
Simplesmente porque o mundo gira!
E num giro e rodopio, há a agitação da alma e do coração.
Há um mundo que nos espera e guarda como tesouro único, a oportunidade que temos de sermos nós e nós, quantas vezes pudermos dar a melhor versão do que somos.
E o virar a página, fechar a caixa ou bater com a porta não é de todo significado de desistir. Apenas que vamos passar outras páginas, abrir outras caixas e deixar outras portas abertas. E umas não cessam as outras.
Somam-se e transformam-nos.
É a reciclagem da vida.
É a borboleta que sai do casulo quando deixa a vida de lagarta.
É a semente que cai na terra e volta a ser flor.
É transportamos anos e anos de sabedoria. De histórias que são nossas, que as sentimos em cada centímetro de pele, em cada sufoco no coração, em cada ruga de expressão que se marca a cada dia.
E que a reciclagem continue. Naquilo que a nós importa, onde podemos contribuir.
Mas que seja imparável no bem maior. A nossa missão. Aquela que definimos que seria o resultado da nossa contribuição terrena e da marca que deixaremos de herança.
Afinal… quem somos nós? Quem és tu? E eu?
Desistir vale a pena! Se as respostas emergem em riqueza de uma sabedoria: a da realidade sentida e honesta da nossa essência. E assim, o caminho da desistência valeu a pena!
Com amor,
Judite <3