O mundo é teu!

Ando muito de transportes públicos.
Poderia dizer apenas que é porque não tenho de me preocupar com um carro, oficinas, estacionamentos e tantas outras coisas usurpadoras de tempo.
Também é verdade!

Mas das coisas que mais gosto nestes transportes, são os estudos sociais que se poderiam fazer deles.
Normalmente vou extremamente atenta às  conversas dos restantes ocupantes.
Ora porque inspiradoras. Ora porque (e na maioria), colocam sobre a minha cabeça uns quantos balões. Ondinhas de pensamento, made in banda desenhada.

São incontáveis e inimagináveis pelos mortais que não vivem esta experiência, tudo o que se pode aprender e apreender sobre a vida social de um local. Quando se circula de transportes públicos, há todo um mundo de possibilidades de saber à nossa espera.

Circular desta forma permite-nos observar sem sermos vistos.
E com isso recolher informação, sem ser condicionada.

É estrondoso como, independente de uma lista de coisas que poderia ser alvo uma conversa de caminho, a maior parte das vezes ouço falar de como o mundo foge sob os pés das pessoas.

E elas, incrédulas, não percepcionam porquê.
Não que as queira criticar com esta minha partilha. Não é de todo a intenção destas linhas que escrevo!

Mas causa-me um quanto incómodo como membro de uma sociedade, que ela se deixe cansar pelo conformismo de que as coisas terão de se deslocar até elas, como se de um iman se tratasse.
Sem nada fazer. De um mais pequeno esforço, para a concretização de um qualquer objetivo. Pequeno ou grande.

Eu comprendo o meio.
Compreendo a educação e a valorização no seio social.
Compreendo que todos possamos ter uma diferente percepção de como Nada é nosso! Mas… Tudo é nosso!

Quando saio de cada um destes transportes fico absorvida. Na imagem que cada um dos seus ocupantes tem sobre as coisas da vida, pode ser absolutamente aniquilante de uma concretização.

Às vezes dá uma vontade imensa de chegar ao pé dos queixosos e desiludidos e abanar bem forte e projectar em bom som:

Estamos rodeados de recursos.
Temos recursos infinitos dentro de nós.

Podemos adquirir uns quantos mais!

Podemos lutar pelo nosso lugar. Por estar no lugar que desejámos, sonhámos cada minuto, cada passo que concretizámos.

É tão bom chegar aquele sítio secreto, dentro do nosso coração.
Onde um pequeno duende, holograma de nós próprios festeja em saltitos.
E ouvir: mais um passo dado!
Ou um: Chegaste!

Mesmo que seja uma navegação contra a maré ou os ventos a romper as velas, em plena consciência é importante não perder o foco.

E se acharmos que o mundo nos espera, dar todos os passos no seu sentido.
Se for para o conquistar, que assim seja!

O mundo é de todos, mas pode ser de cada um.

Com amor,
Judite <3