Bom dia Sr. Valentim!
Num dia onde se aprumam todos os ditos cavalheiros de nomes avelentinados, e as suas valentinas que esperam em formato qual dama ou donzela, qual romance exuberado, pelo agradar do seu amado,
Numa trama de Romeu e Julieta, no romande das rosas e aromas de chocolate, as luzes da resposta sabida ilumina o palco.
Mas eu questiono: quanto vivemos nós em real amor? E o que é o amor que este dia se diz festejar?
Viajo no meu dia a dia sob o olhar atento aos vividos em amor, e almejo alcançar a compreensão do que o ser humano realmente percebe sobre este tema.
Conheço muitos solteiros enamorados e muitos casados desalmados numa rotina que nem questiona o amor. E a ambos pergunto: será que é amor?
Talvez seja, e será de certo, ao olhar de cada um, a sua forma de amar.
Para mim amor significa respeito e liberdade: em nós próprios.
Porque para mim o amor começa no “1” e não no “2”.
Porque para mim amar significa um profundo conhecimento sobre nós, antes de qualquer pretensão de se dar ao outro.
Porque para mim nenhum amor é completo se quem o sente não o sentir dessa forma.
E as peças juntam-se apenas em cada um de nós. E depois, embelezam-se e partilham-se em dávidas de amar o outro, os outros.
Porque amar começa no “1” e termina no infinito. Não tem de ter razão nem regras. Apenas coragem de deixar partir de si ao mundo.
Porque para mim o amor não tem uma forma nem fórmula. Porque o amor tem cores que a visão não alcança. E porque na sua imensidão e profundidade pode ser tão leve que partilhado através da brisa, mundo fora.
Porque para mim amar não é ficar. É saber quando estar e quando partir. Quando dar e quando recusar. É olhar com franqueza e a coragem de se ter de dizer “adeus” para que o seu significado seja mais que isso, seja vida, e possa ter toda a sua plenitude no destino que lhe damos.
Porque amar significa deixar partir o melhor de nós de dentro do nosso coração ao mundo que nos rodeia. Seja qual e quem o vá receber de todas as formas que possamos partilhar.
Que este dia “do amor”, vá além dos galantes Valentins e passe com harmonia nas almas que se permitam realmente viver em amor.
O do outro. Seja quem for.
Com amor,
Judite