O (des)apego em amor

Nem tudo o que é bom num tempo, o é para sempre.

Lido muitas vezes, na minha vida pessoal e profissional com a questão do desapego, ou muitas vezes no manter-se no apego.

Encontro muitas pessoas que se sentem infelizes com a vida que tem, com o emprego, com as relações e até o local onde moram, mas não deixam nada de tudo o que lhes faz menos felizes, para buscar a felicidade, apenas pelo medo da perda!

Também eu já vivi situações destas.
Já me mantive em lugares e em relações por muito mais tempo do que me poderia permitir. Sofrendo e deixando para “amanhã” ou “quando isto acontecer, então..”, “vou só esperar que…”, e adiando, adiando até que o automático teve de gerir tudo.
E é verdade que não atingindo ainda qualquer questão divina de me superar da humanidade, em alguns campos da minha vida ainda me ligo algumas coisas pelo abismático desconhecido.
O que tenho hoje melhor que ontem, é uma consciência deste processo, que me permite libertar muito mais cedo, e sem culpa, ou credo de uma responsabilidade que não é minha.

A verdade é que quando largamos a mão de algo que já não é para nós, e só aí, é que encontramos o que está à nossa espera. E não necessariamente uma troca de igual. A maior parte das vezes o que nos espera é o que sonhamos timidamente em segredo e a libertação do que nos prendia antes, leva-nos à abertura de novas e maiores perspetivas.

O ser humano, estimulado por acontecimentos e interações diferentes todos os dias, todos os dias muda. Como poderem querer estar satisfeitos e completos com o mesmo que tínhamos anos antes, se hoje somos completamente diferentes?

É normal sentirmos que algo já não o é, para nós ou para a nossa felicidade. Mas este é o nosso maior obstáculo: não aceitamos a nossa evolução com normalidade!


Com amor,
Judite <3