Quando ensinar é aprender!

Encontrei na web alguns vídeos da Viviane Mozé sobre a educação e… ai… como eu subscrevo isto!

Tenho orgulho em ser “a professora que chega até aos analfabetos” como referencia o vídeo.

Mas para mim não existem analfabetos, apenas pessoas que sabem outras coisas diferentes das que eu sei.

Que vem um mundo com olhos diferentes dos meus.
Que querem coisas diferentes da que eu quero.
Pessoas que são tão importantes como qualquer um de nós, porque o somos.

O que mais gosto numa sala de formação é poder sentar-me ao lado dos meus formandos e conversar com eles, independente do que eles saibam e tenham para partilhar.

Muitas vezes dou a formação sentada, em círculo, exactamente para que exista essa partilha, e aprendo tantas coisas como as que ensino. Ai… e é tão bom!

E quando aprendemos com as pessoas, quando nos permitimos de nos deixar de embelezamentos, floreados e sabicidades, a nossa mensagem chega. Porque cada um se reconhece no reflexo da sua imagem no espelho e é tão fácil aprender e ser feliz quando nos sentimos “em casa”. Na casa da nossa essência e do nosso coração!

E quando ouvimos as pessoas ouvimos mais sobre nós, ensinamos mais do que ambos precisamos aprender!

Ai… e que boas ligações se criam!

Na verdade as pessoas que me falam em código e códigozetos dão-me um nervoso miudinho.
Para quê complicar se podemos chegar e dizer tudo o que nos vai na alma e coração, em boa harmonia humana.

Incomoda-me os que se dizem “ensinadores”, mas que para explicar como se abre uma janela para que uma casa tenha mais luz, falam de todos os pormenores técnicos do desenho à concepção da janela, mas aquilo que me interessa: abrir a janela, pouco ensinam, pouco dizem, às vezes com muitas palavras bonitas e nada de informação.
E esta janela que é só uma metáfora (uma história para explicar) retrata os muitos ensinadores desta vida.

Se são bons profissionais? Podem ser excelentes!
Se eu me identifico com eles?
Não chego a ter pretensão de estar 3 minutos a ouvir! O meu nervoso não me permite!
Apetece chegar lá dar uma palmada nas costas e dizer: “Desembucha home*!”

Eu sou assim… como se diz por aí: um pouco apressada? Pode-se dizer que sou irrequieta, porque respiro e aspiro pela vida. Por dar, por ensinar, mas acima de tudo por aprender o que de melhor encontro nela.

É esta uma das minhas verdades.

Mas também vivo outras verdades!

Eu vivo numa verdade que todos ganhamos com os textos escritos para se lerem e reverem.
Eu vivo numa verdade em que o que sei tem porta aberta para ir e voltar,
Eu vivo numa verdade de partilhar e ensinar o que sei, sem restrições, requisitos e hierarquias.

Faço-o de coração, e é no coração que sinto o retorno e o agradecimento de ter o privilégio de me sentar ao lado de todos os meus formandos e aprender com eles.

Gratidão!

Com amor,
Judite <3

Notas deste texto:
1. *home é uma maneira rápida e simples que se usa lá na minha terra para denominar o individuo à nossa frente, podíamos dizer que é nada mais que uma brejeirice, mas cada um que avalie à sua medida!
2. Oh senhores que fornecem salas de formação, tornem as salas mais cozy: filas de mesas e salas em U não dão jeito para estas rodas!

Vê mais video aqui: