Desistir não é fraqueza, apenas coragem de (re)começar…
Este mês foi um mês de muitas mudanças por aqui. Por questões de estrutura e estratégicas, e pelo foco do que quero centrar na minha vida e forma de trabalho, decimos, eu e a minha parceira neste projeto, fechar o Centro de Desenvolvimento Pessoal Mandala Shala.
Por vezes estas decisões de se regressar a outros meios, a outros locais e mudar de público são necessários para podermos cumprir realmente a missão que nos propomos. São decisões que não são fáceis, mas que já sabemos, bem no fundo do nosso ser, que são necessárias.
Assumir quando temos de agarrar ou largar. Ter a certeza honesta e profunda de que por vezes desistir é o nosso maior desafio, não a fraqueza.
Por vezes (muitas vezes, aliás), estamos tão conectados com um determinado percurso, grupo, carreira, método, que nos impedimos de ir mais além. Seja lá o que isso for: agarrar ou largar.
Acontece muitas vezes, na minha vida profissional, encontrar pessoas que estão de tal forma identificadas com algo que tem naquele momento, mas tão isentas de resultados e até paixão.
Há coisas que nos agarram, poque ali nós estamos em casa, conhecemos os cantos, e quando isso acontece, circular é mais fácil, o dia a dia é mais fácil.
Tantas vezes nos agarramos ao hábito que não nos conseguimos ver de fora, qual drone, como digo aos meus formandos e clientes, a sobrevoar e ver de fora o que andamos realmente a fazer.
Fraqueza? Incapacidade? Não… apenas humanidade.
É normal embrenhar-nos nas facilidades que fomos adquirindo, que tomemos sem olhar além e no futuro, o agora como algo que é nosso, e muitas vezes repetimos para nós mesmos que o que de menos bom está a acontecer, vai passar.
É verdade. Um dia tudo acaba. Mas como vai acabar uma história que em que nos embrulhamos com soluções fáceis, que apenas nos vão remendar e adiar o inevitável.
Fica ao nosso critério, sim, porque é escolha nossa, desafiar a ver mmais longe, confiar noutras soluções e fazer rupturas. Simplesmente muitas vezes não temos a audácia de usar essa capacidade.
Por medo? Muitas vezes.
Por desconhecer que somos capazes de mais? Muitas vezes.
Por não reconhecermos que basta? Também.
Porque não queremos ser o fraco que desiste? Claro.
Por não sabermos lidar com as nossas emoções? Na minha opinião, sempre!
É fácil investir em algo e perdermo-nos no horizonte do retorno. E depois torna-se dificil largar a nossa espera, assumir que iremos deixar uma luta. Gritar ao mundo: eu errei!
Para mim errar e assumir é apenas aprendizagem. Isso sim, louva-se e partilha-se: “eu aprendi que não era por ali”, é das melhores frases que um gestor ou empreendedor podem assumir.
E na sua resiliência, voltar a fazer, com toda a coragem, mas com novas ferramentas. Lá se diz, que para ter resultados diferentes, teremos de fazer diferente… às vezes não sabemos é muito bem como (re)começar.
No empreendedorismo acumulamos muitos (re)começos.
Hoje, por mais doridos que possam ser alguns, é-me cada vez mais fácil escolher. Mas lembro-me da primeira vez que larguei “um filho”, ou melhor, que o vendi, por força das circustâncias, e com tanta relutância. Era uma empresa em crescimento, e isso notório na rentabilidade que se mostrava para a sua idade.
Era o incio de um sucesso. E ao mesmo tempo uma vitória e uma dor. Às vezes levamos para os negócios parcerias da vida. Aconteceu. E com uma separação de vida, uma venda da minha presença.
Doeu tanto. Sentia-me a trair a mim mesma.
Mas ao mesmo tempo sabia que se ficasse seria um peso para tudo o resto que pudesse querer fazer na minha vida. Em dor, mastigada durante semanas até ao dia da dita assinatura.
Mas pelo caminho, quis uma série de eventos que o universo touxe até mim (ou que eu invoquei dele… sei lá!), que conhecesse uma empreendedora que passara pela mesma dor, de vender o seu primeiro filho, e depois de criar outro e voltar, viu-se na liberdade de que são estes “largar” que nos tornam melhores enquanto empreendedores, mas acima de tudo enquanto humanos.
A aprendizagem foi longa. Pelo caminho voltei a abrir uma nova empresa, na mesma área. Um falhanço completo. Lancei-me com a arrogância do sucesso da primeira. Mas no bolso levava apenas isso: arrogância e interesse. Zero de paixão.
Ao mesmo tempo, outro projeto que já tinha nascido primeiramente, crescia e transformava-se em negócio. E comportei-me como uma mãe, que perante os cuidados com o recém nascido, desleixa a atenção com a criança que cresce ali ao seu lado.
Felizmente houve aquele dia que se faz o click, de “não é por aqui”. Desisti de cabeça erguida, e sem qualquer dor, desta segunda volta. Hoje tenho a certeza que tinha de passar por ali. E se foram tantas as aprendizagens. Talvez naquele tempo, ainda não as suficientes.
Agarrei-me ao meu projeto mais antigo. Entretanto pelo caminho tinha perdido a minha sócia. E refiz tudo. Reposicionei. Recriei.
Novas falhas, novos entusiasmos, e em simultâneo um mundo inteiro a dizer que a minha loucura me estava a levar para o caminho errado.
Umas vezes não ouvi. Outras houve que fui dando ouvidos e que a energia se foi desvancendo. Entre altos e baixos, entre certezas e incertezas, cometi tantos erros, que nem consigo pensar em todos de uma só vez.
Perdi o foco.
Mantive-me em projetos que nada me ajudavam, pelo contrário, deixaram em marca o prejuízo no tempo e no bolso. Investi tempo em abordagens que não validavam a minha paixão. Escolhi estar onde não sentia completa.
Mas sempre criando e reinventando. Com medo, ansiedade às vezes até angústia, por não saber como lidar com as consequências das escolhas. Sentindo-me completamente sozinha no emaranhado.
Se és empreendedor… não contes com os teus mais próximos para compreender a tua loucura. Poderás ter a sorte de confiarem cegamente em ti, e mesmo sem compreender te apoiem. Mas não assumas à partida que te compreendem. Por esse motivo, muitas vezes ficamos solitários.
Não é à toa que somam todos os dias novos grupos e eventos de networking. Dizem que é para fazer negócio (e é, também! e quantos se fazem aqui!), mas acima de tudo para aconchegar o sentimento deste caminho que se pode tornar solitário.
Não é à toa que a profissão de Coach é cada vez mais fundamental.
Os anos de vivência de empreendedora somam-se em experiência. Em sucessos e fracassos. Em altos e baixos. Sempre em muito dar, entrega, paixão. Mas às vezes também com as questões sobre o que vamos fazer a seguir, como vamos solucionar aquele desafio.
Estes anos ensinaram-me algumas coisas: desistir pode ser para os fortes e os (re)começos são o carregar de energia para algo ainda maior e melhor que antes.
Mas acima de tudo, que realmente precisamos de ter alguém ao nosso lado, em tom de desafio, mas acima de tudo em apoio.
Há sempre uma outra forma, se não consegues ver, porque estás preso à ideia que criaste antes, há sempre alguém que te possa ajudar.
Apenas abre o teu coração!
Liberta-te do que não é para ti e agarra novas formas, de concretizar os teus sonhos.
Sabe tão bem libertar-nos dos pesos que não são para nós e que nos impedem de voar.
É tão empoderador, por mais dificuldades que ainda tenhamos de enfrentar, sentir que as nossas asas voltam a ter capacidade de voar… mesmo que às vezes tenhamos perdido a prática… elas vão retomar a sua forma.
Cria e inova a tua vida, os teus negócios, ou aquela paixão que guardaste na gaveta!
Sem medos, apenas com a coragem de começar sempre que for necessário.
Conquista as tuas vitórias!
Vamos a isso?
Com amor,
Judite
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