Fui recentemente desafiada a participar num desafio para manhãs milagrosas.
E prontamente decidi participar. Mas logo de seguida pensei: “Mas isso não é desafio nenhum para ti! O teu desafio é outro!“
Desde que tenho consciência de gerir a minha responsabilidade de gerir o meu dia que tenho a sensação de que os primeiros acontecimentos da manhã influenciam todo o dia.
E essa percepção começou muito cedo.
Então, de manhã, foi sempre quando comecei por por energia naquilo que queria que fosse o meu dia, escolhendo fazer o que fosse para esse efeito.
E hoje as minhas manhãs são feitas em modo slow, levantar com calma, relaxar, meditar, rir, dançar e até cantar, preparar-me com atenção, com smooth music a acompanhar e saborear cada garfada (ou colherada) do meu pequeno almoço. Sempre que não tenho compromissos cedo, segue-se café e leitura com alguns raios de sol numa esplanada.
E é fantástico!
Mas esta rotina é possível porque me levanto cedo!
E esta não é a história da minha rotina matinal, mas de como comecei a levantar sempre cedo, e vamos ser sinceros, ao inicio era uma revolta para mim. Não foi escolha minha. E vivia em raiva, inclusive, por este momento.
Foi uma herança da minha educação, que durante muitos anos me insurgi, e depois mais tarde percebi o quão maravilhoso é para os resultados da minha vida.
Para as crianças levantar cedo não é nenhum problema. Muitos pais queixam-se disso, certo? Que os miúdos são autênticos despertadores, que lhe é impossível dormir um pouco mais.
Quando entrei na adolescência, mais ou menos pela mesma altura em que comece a querer esticar o meu dia: ver um filme à noite, ficar a ouvir música até tarde, ler, ler, ler – acho que na altura se me deixassem fazia maratonas de 24 horas, criar: desenhar, pintar, escrever, e, claro, sonhar acordada!
Mas independente de que horas adormecia – porque ir para a cama cedo era regra lá em casa. O despertador pai não perdoava, fosse a que dia da semana, estivesse de férias ou não.
“8.30 e ainda estás na cama? Nem pensar! Estás a habituar mal o corpo.“
E lá me levantava eu, revoltada, porque de férias ou de fim de semana, sem horas marcadas para fazer a seguir. Levanta-me a espumar, a fitá-lo e a pensar: “quando for independente vou dormir até à hora que quero!”
Ainda não era “independente” no sentido económico, mas passei a ser de espaço e horários, quando me mudei quase para a outra ponta do país. Quando fui para a universidade pensei: “agora é que vai ser!”. Acham que foi?
Pensem comigo: estás quase 20 anos a acordar cedo, todos os dias, e é fácil dormir tarde depois disso? Não! O hábito está tão enraizado que é automático.
Nessa altura percebi como levantar cedo é maravilhoso.
E quantas coisas fantásticas já fiz e vi por levantar antes de todos os outros…
O que aconteceu foi que já não tinha o meu pai, cheio de regras, a dizer o que tinha que fazer. Fazia “porque queria”, e a perspectiva da mente em relação a começar o dia cedo mudou radicalmente.
Se hoje me perguntares se eu tenho algum vício, vou responder: É levantar cedo.
Digamos que este hábito se tornou um vício, pois quando falta, entre numa espiral de “ressaca”.
É verdade! Se por acaso num dia que o meu corpo me decide sabotar com descanso eu me levanto um pouco mais tarde (para mim 9 da manhã é tardíssimo), salvem-se. Porque vou ter uma ressaca terrível e a rabugice é inigualável a qualquer coisa que tenham visto.
Se me perguntarem qual foi o dia da minha vida em que me senti pior, vou dizer com clareza que foi o dia 1 de Janeiro de 2010, porque dormi até às 2 da tarde. Será que conseguem imaginar como foi terrível sentir que perdi 6 horas de vida? Talvez não. Mas para mim foi terrível!
Aí percebi como é de extrema importância para mim levantar cedo. E de como isso contribui para 50% da minha felicidade diária.
E neste processo todo tenho-me confrontado com outro desafio.
Se me levanto sempre cedo, independente se deitei cedo ou tarde.
E se vou para a cama sempre tarde, pois há sempre coisas fantásticas para fazer à noite, que para mim é super produtiva.
O relógio não para e as ideias na minha mente também não. E na hora de ir para a cama, no silêncio em redor, elas saltitam na minha cabeça que nem pipocas, e dormir fica pendurado, pendurado, pendurado…
Podia dizer que o desafio que tenho é de deitar cedo, mas o desafio que tenho na verdade é ter energia todo o dia, para estar sempre no melhor, nas actividades que faço ao longo do dia.
Como dou muitas vezes formação à noite, e preciso de ter a mesma energia, como as que dou de manhã, o meu desafio é garantir sempre horas de descanso restauradoras.
Queres saber o que tenho feito para isso?
- Tenho vários despertadores à noite, para me alertar das horas
- Em sequência vejo sempre, de acordo com o que vou fazer no dia a seguir, e porque preciso de no mínimo 2 horas para as minhas manhãs slow, qual a hora máxima a que me posso deitar, para dormir 6 horas. – aqui o desafio em que estou a trabalhar, porque nem sempre tenho conseguido ser persistente.
- Como tenho um intervalo para acordar entre as 6.30 e as 8 (8.30 se estiver cansada), consigo gerir a hora de dormir com os despertadores para dormir.
- Durmo, sempre que posso, e faço sempre por poder, uma sesta após ao almoço. 15 minutos são o suficiente.
(Se trabalhas a tempo inteiro no espaço de outros e estás a pensar que gostavas de o fazer, mas não podes. Podes, eu já o fiz várias vezes. Encontra forma!)
- Ao final da tarde, tento sempre fazer o mesmo. Alguns dias da semana dou formação às 19 horas, pelo que lancho pelas 18 e durmo uma sesta a seguir.
- Meditar. A meditação ajuda a recuperar energia. O yoga nidra é fantástico para isso.
- Estar bem nutrida. Eu faço cerca de 8 refeições por dia. Tento ao máximo eliminar refeições industriais – claro que ao andar muito na rua sou muito tentada pelo meu calcanhar de Aquiles: rissóis e folhados de espinafres! De vez enquando cedo à tentação. mas por norma levo os meus alimentos frescos e o mais biológicos possíveis.
- Além disso tomo suplementação (vou falar disso brevemente) de uma marca de confiança que garante os mesmos princípios que descrevo anteriormente.
- Ando muito, mas mesmo muito, a pé. Isso ajuda-me a regular o meu corpo. Até porque faço pouco exercício físico (outro desafio a superar) e ajuda-me a compensar.
- E ao longo do dia rio muito. Rir, 10 minutos seguidos, melhora o funcionamento do corpo, e promove a libertação de substâncias bioquímicas necessárias para a harmonização do mesmo, como o caso da seretonina, que ajuda a dormir com melhor qualidade.
É preferível dormir menos horas mas com muito mais qualidade, do que muitas horas sem qualidade de sono.
Trabalhar nesta rotina tem-me permitido ajustar e perceber muitas coisas em mim, e em melhorar os meus dias.
E tu. O que tens feito para que os teus dias sejam altamente produtivos e com energia?
Com amor,