Tempo para começar o dia

Não há nada que pague o acordarmos de manhã com tempo para cuidarmos de nós,
 
De acordar devagar, dançar, rir, meditar, quiçá além de um passeio matinal, perder-se no acto de (se) amar,
 
De ter tempo para nos mimarmos, quiçá até acrescentar realce e brilho à nossa beleza,
 
De podermos nutrir calmamente, quiçá até bebericar na calma aquele café que nos aconchega a alma,
Poder sair sem pressa, sem relógio, quiçá até ficar por casa,
 
Não há nada que pague o ritmo da vida…
 
Vivemos desenfreados, em correria, com medo que o tempo se esgote…
 
E depois, esgotados de tanto correr, perdemos energia para viver a vida…
 
Já tive tempos em que não perdia horas de sono a fazer contas e a planear responsabilidades, o certo era certo, se aparecesse e fizesse o que tinha para fazer,
 
Já tive tempos de noites inteiras a fazer contas e de coração acelerado para poder cumprir os meus projectos e sonhos,
 
E tenho o agora, onde vou equilibrando as duas existências, pondo dedicação e mantendo a paz no coração, confiando que o retorno acontece quando dou o meu melhor, mas principalmente quando estou no meu melhor…
 
E não há nada que pague estarmos no nosso melhor!
 
Cada vez mais sou procurada por pessoas que estão a enlouquecer na entrega que dão e na incapacidade de viver a vida em retorno…
 
Equilibrar é preciso… sob a pena de enlouquecermos, de adoecermos o corpo, a mente e até o espírito…
 
Cada vez mais encontro no meu caminho pessoas que estão a viver num piloto automático que as priva de ser felizes, enquanto procuram a felicidade…
 
Equilibrar é preciso… sob a pena de apenas sobreviver numa breve passagem em vez de celebrar a nossa maior dádiva nesta existência terrena: a vida…
 
Com amor e a abraçar o lado slow porém abundante de vida,
Judite