A mulher e a cozinha

Há umas semanas, estava eu em Algés, sentada na cozinha dos meus queridos Jane e Miguel, com um tema que rodeou um post de uma mulher, escritora portuguesa, conhecida de forma pública e com um grande número de alcance das suas palavras.

Nesse dia ela falava de como odiava a cozinha. E de toda a opressão que aquele lugar representava.

 

Naquele dia, nós falávamos exactamente de como todos que ali estávamos adoramos a cozinha.

 

A perspectiva da cozinha prisão é algo que conecta à mulher de bata, oprimida, sem voz nem prazer.

 

Então, muitas mulheres fogem da cozinha sem se conhecerem verdadeiramente nela.

A cozinha pode ser sensual.

A cozinha é amor, é a alma de uma casa.

 

E o que se pode conceber na cozinha, entre os melhores ingredientes e o amor que pomos na cozinha, estando ao serviço, sim, ao serviço do cuidado, da partilha e união dos presentes, da comunhão com a natureza, da alegria, de tanto e tanto maravilhoso que pode acontecer…

 

Quando fecho os olhos e vejo aquilo que mais me faz – realmente – feliz, é servir comida com amor, aqueles que me estão no coração.

 

Quando o fecho os olhos e penso no futuro distante, vejo uma cozinha com um balcão grande, em frente a uma grande porta-janela de estilo francês, aberta de par a para um jardim-horta, que provê o melhor, para que eu, com o meu amor, possa fazer magia…

 

Quando alguém fala em fazer amor, normalmente pensa-se em sexo, provavelmente numa cama…

Eu penso em preparar uma refeição com todo o estado de presença, como parte de todo o momento de conexão…

 

A cozinha não é opressiva. A opressão vem da perspectiva de quem se coloca aversa à cozinha.

Abre a cozinha à tua casa, faz dela parte vivida.

 

Faz amor com e na tua cozinha.

Sente-te poderosa e sensual na tua cozinha…

 

Deixa o teu lado bruxa entregar-se à magia que uma refeição preparada em presença pode curar… no corpo e na alma.

 

Permite-te ser a Deusa que é forte e resiliente e também contém o amor que nutre, no seu peito, a partir da essência da sua alma…

 

Com amor e pelo amor,

Judite