Um fim de ciclo inquieto
A ser original e a fazer tudo em contracenso, com o que o fogo da paixão me dá o ímpeto de criar e experimentar…
Dada a riscos e defesas das ideias que me aquecem o coração…
Assim, nasci eu, em 1983.
Daqui a 21 dias completo 39 anos de muita irreverência.
Umas vezes mais interna, outras expandida além de mim.
Sempre com uma palavra mais complexa a pairar a mente e uma gargalhada fácil para abraçar o mundo…
Ser eu é tão complicado na raridade que sou no meu mundo.
E tão fácil, pela flexibilidade com que o abraço.
Tantas vezes me atormento a mim mesma, na intensidade que me aflora e nas várias estações e intempéries que atravessam o meu dia.
Ele começa sempre com sol dentro de mim. E superando os desafios, termino as missões, domino os monstros, e faço por deitar novamente com este sol a radiar no peito e na leveza da alma.
Estes 39 estão a chegar inquietos.
A maturidade (da alma) assim o pede. Porque a relação entre ambas, assim vai aflorando: na maior verdade de dia para dia.
Estes dias tem sido intensos. Chamam-lhe inferno astral (aos 30 dias que antecedem o nosso aniversário e que parece que o mundo estás de pernas para o ar) eu chamo-lhe tempo de arrumar a casa.
Este balanço iniciou há uma semana, na pré chegada de uma lua cheia poderosa e em plena menstruação vivida.
Plena mulher.
Plena Deusa.
Kali veio abraçar-me.
A pedir para rasgar tudo e todos os que não complementam perfeitamente no meu caminho.
Não penso que seja um inferno.
Apenas um pedido de muita escolha. De balanço. Avaliar todo um ano. Fazer uma revisão do caminho. O que foi cumprido. O que falta. O que já não faz sentido. Que coisas novas devem ser incluídas para mais um ano de jornada.
Estes dias tem deixado louca.
E ao mesmo tempo que passo por mil turbilhões, (re)encontro-me várias vezes, em várias versões a cada dia.
Faz parte.
E isso é o que nos faz ter algo mais que no ano anterior.
Afinal, não é a contagem do calendário que celebramos. E sim, o que fizemos em mais uma volta ao sol. E o que estamos dispostos a fazer na próxima.
Com amor e a abraçar a turbulência interna (e às vezes na melancolia depressiva que convida a (re/a)colher) do pré aniversário…
Judite B Rezende