Os “nunca”, “nunca mais” e os “impossível”
Os “nunca”, “nunca mais” e “impossível” foi algo que aprendi a tirar do meu discurso.
E com isso, a flexibilizar as possibilidades infinitas da vida.
Pensamos que temos tudo planeado, tudo no controlo, e, então, vem o universo e coloca-nos num desafio de testar essa certeza.
Podemos escolher o orgulho e teimosia e fincar o pé, estagnando (e muitas vezes atrasando) o percurso da vida.
Ou aprendemos a deixar fluir, a lidar com a aventura que é viver, para crescer no nosso potencial.
O meu regresso a casa ocupava a trilogia: “nunca vou viver aqui enquanto adulta”, “nunca mais me vão ver a viver nesta terra” e “é impossível que volte a viver ali”.
E um dia, veio algo imprevisto.
Uma série de acontecimentos sucessivos que abalaram o meu mundo.
E a trilogia desvaneceu.
Hoje estava na areia da praia do Furadouro a pensar que talvez há 25 anos que não colocava o meu rabiosque nesta areia, e muito menos entrava neste mar.
Hoje, logo hoje. Há 2 anos atrás decidi regressar aqui. Há exactamente 2 anos estava no meu apartamento cobiçado do Bairro Alto a cometer a maior loucura, pelas palavras dos meus amigos: voltar a casa.
Ficar foi imprevisto. Foi a consequência de 2 semanas de férias no campo-praia.
Neste eixo Avanca-Ovar, que se instalou em mim lentamente.
As 2 semanas tornaram-se num mês. 2 meses.
A decisão de ficar um ano.
No caminho desse ano, deixei-me ficar mais por aqui.
Conheci novas pessoas. Houve spots que me reforçaram o sentido de casa.
O ano tornou-se 2.
2 anos onde aconteceu tanto. Mesmo tanto. Principalmente dentro de mim.
Quantas pessoas fui-me descobrindo nestes 2 anos?
E…
Esta mesma semana, fiz o balanço desta pausa de mundo fora do berço, e decidi que o que cá vim fazer estava feito.
E que estou pronta de novo para partir.
“Para onde vou a seguir?” É a questão que paira suave nos meus ouvidos.
“Não sei!”, é a resposta.
Vou deixar a vida levar-me à próxima aventura.
A vida é tão imprevisível.
Tão constante na sua inconstância. E nós não temos qualquer domínio sobre ela.
Por isso, mais vale sorrir, abraçar e viver a paixão que nos preenche , eleva os sentidos, e nos leva para a frente!
Com amor no coração e apaixonada pela vida,
Judite