A mulher, o empoderamento e a sexualidade
“No dia em que a Mulher se considerar merecedora do seu Prazer, se sentir no direito de pôr os seus Limites Saudáveis e pedir o que deseja sem culpas nem crenças limitantes, terá provado o sabor Amor-próprio genuíno”
Li este trecho num post da querida @alicia_despertar_holistico e veio à memória uma conversa que tive ontem com uma outra pessoa.
Nessa conversa, com um homem, que lamentava a falta de empoderamento das mulheres.
E como já se vira em situações em que tivera de lidar com mulheres que nunca se tinham autoconhecido e como isso afetava as relações.
Falo com muitos homens sobre isto. Alguns porque se sentem frustrados por não saber como promover e prover mais despertar nas suas parceiras.
Muitos porque sentem uma barreira quando tentam ser esses incentivadores.
Ontem falava, nessa conversa, como nós, desde meninas somos ensinadas a não mostrar o que queremos, porque isso é feio.
Que os homens gostam de meninas inexperientes e que se deixam conduzir.
E que até é normal sentir dor.
Para mim isso nunca me fez sentido.
Não vou dizer que nunca tive (ou tenho) alguns tabus. Há muita desconstrução a fazer.
No entanto, desde que iniciei a minha percepção da sexualidade, sempre me procurei entender nela. E muitas vezes fui excluída de muitos circulos por isso.
E se isso foi uma realidade minha a adolescência. É uma realidade de muitas mulheres vida fora.
Sendo seres sociais. Temos duas possibilidades: ou assumimos toda a nossa verdade sem pudor. Ou vivemos no medo e escondemo-la.
Vejamos uma mulher que procura e fala abertamente da sua sexualidade:
Há as amigas que consideram que aquela outra mulher não é de boa companhia, porque tem pensamentos abertos demais.
Há conexões (principalmente homens) que se sentem ameaçados pela líbido da sua companheira.
Ontem falava com essa pessoa sobre isso.
Como pode haver uma mudança se ainda há meninas que são ensinadas que é normal existir uma dor ou desconforto nas primeiras relações.
E acreditando piamente nesta mentira, validam a falta de competência dos meninos também a iniciar a sua sexualidade, como algo bem feito.
Como lidam estes meninos transformados em homens convencidos de serem bons nos relacionamentos, quando uma mulher, um dia mais tarde lhes diz que aquilo não é assim… que não é prazeroso e é preciso fazer mudanças.
Como fica o ego?
E quantas mulheres nunca descobrem que a única questão é esta: a falta de desconhecimento sobre si.
E que a conexão e proximidade sexual depende delas. Que elas são o centro de tudo.
Que elas tem a chave para as relações que preenchem. E não o contrário.
Conheço muitas mulheres que fogem do contacto físico com os seus parceiros.
Que sentem falta de desejo. Que consideram um sacrifício. E pior, que às vezes, para gerir a relação, “dão um jeitinho”.
O problema destas mulheres não é não gostarem de sexo ou não “serem tão físicas como os homens”, como ouço por aí.
Não.
O problema destas mulheres é nunca terem assumido as rédeas da sua sexualidade. E se terem deixado ser apenas uso de homens que não as sabem amar da forma como elas se sentem.
Sei que muitas pessoas vão ficar chocadas e vão retaliar.
Sei que muitos homens vão ler isto e ficar ofendidos.
Sei que muitas mulheres vão retaliar.
Mas essa é uma verdade de muitas pessoas. De homens que exigem a sexualidade das suas companheiras, mas com as quais, não as sabem de verdade, escutar.
E de mulheres que não exploram de verdade o seu toque.
Com amor e a pensar nos dilemas das vivências amorosas,
Judite