Acolher a nossa sombra

Precisamos acolhermo-nos e reconhecer-nos mas sombras, para nos encontrarmos na luz!

A viagem mais fantástica que podemos fazer no nosso conhecimento é parar para olhar a nossa dor de frente, olhos nos olhos, sem medo, sem fuga, sem dar luta, sem defesa orgulhosa.

Olhar nos olhos e assumir a nossa dor, as suas origens, as nossas responsabilidades.

Fazê-lo amorosamente, com o máximo de respeito por nós.

Por nós, repito.
Porque adoecemos e mergulhamos tanto nas dores que nos inflingimos com o olhar dos outros. De sermos ou termos algo para nos igualar ao que os outros tem ou vem. Para evitar que se sintam ofendidos. Para mantermos a cordialidade. Em tantas outras coisas. Que podemos esquecer, nesse respeito pelos outros, do respeito por nós.

Por vezes esse caminho é fundo, muito fundo mas calmo.
Outras vezes precisamos explodir dentro dele.

E uma vez vendo-nos e acolhendo-nos, perdoando, sem castigo. Só com amor.
Num “eu sei que aprendi isto contigo”, e largar e partir, é suficiente.

Outras vezes precisamos de pôr mesmo fogo ao terreno onde nutrimos o que nos levou à sombra. Atitar uma tocha e dizer “fod*-se!!!”
Queimar cada erva daninha que se embrulham onde queremos cultivar a luz.
Deixar o terreno pronto para nova vida.

Às vezes temos dificuldade em sairmos da sombra e nos encontramos na luz, porque nos falta gritar do fundo do nosso ser, ir buscar tudo o que lá pusemos, tudo (e todos) o que cuidamos para não ofender, e dizer:
“vai-te fod*r!!!”

Quantas vezes um grito louco de mandar uma situação (ou pessoa) para o raio que a parta, resolve toda a nossa angústia, da noite para o dia?

Se o sentirem, não guardem!
Façam-no mais!

Não temam as brigas!
Temam sim ficar com algo por dizer!

Como digo sempre, e tanto partilho por aqui: não há maior cura que a verdade, não há maior cura que partilhar tudo, mesmo tudo, tudo, tudo… o que sentimos, de alma e coração!
De não ficar nada por dizer…

Com amor e a acordar 1000 kgs mais leve depois de um grito libertador,
Judite