Há lugares que são sempre a nossa casa
Há sitios que serão sempre a nossa casa… onde nos sentimos a regressar sempre bem acarinhad@s.
Quem me acompanha aqui há mais tempo, reconhece a vista desta varanda.
Esta é a varanda da minha casa, onde vivi durante os últimos anos (até mudar para o norte recentemente).
Quando me mudei, a nova inquilina da casa, é nada mais que uma amiga de longa data, que é como uma irmã para mim, e com isso, sempre que aqui venho, tenho a porta aberta para vir relembrar uma tarde no meu sofá, um olhar sobre esta praça linda, que é a Praça Luís de Camões, com a azáfama da vida a correr lá em baixo.
E hoje, é um destes dias.
Em que ao entrar e encontrar este espaço que tem tanto de mim.
Ou na rua, no reencontro com os vizinhos que celebram animadamente o meu avistamento.
Muitas pessoas com quem falo, que nunca tiveram a oportunidade de viver num bairro tipo lisboense, consideram viver na cidade uma coisa fria, de gentes distantes…
… eu tenho a experiência de crescer numa vila nos subúrbios da beira litoral, de viver no centro de uma pequena cidade no alentejo, de viver numa freguesia superpovoada em Lisboa e de na mesma cidade ter vivido anos num bairro típico… e nenhum sítio me fez sentir tão em casa, acolhida e conectada com os seres humanos em redor, como este último.
Viver num bairro popular em Lisboa, e abrir espaço à interacção com a vizinhança, é como viver numa grande aldeia, onde colaborar e pensar em comunidade ainda vale muito.
Hoje já não me vejo a viver aqui todos os dias, por outros motivos.
Mas o conceito de comunidade é algo que me preenche sempre o coração.
Afinal… somos ou não somos seres de vivência coletiva?
Porque “teimamos” em ser egoísticamente solitários?
Com amor,
Judite