Por trás daquela porta…
Quando aprendi a ler tornei-me uma devoradora de livros.
Ainda hoje, passo horas por ano em livrarias. E com muita facilidade em trazer sempre alguma coisa, mesmo que isso implique abdicar de outras pequenas coisas.
Houve um dia, não me lembro quem, em que contexto, nem exatamente a minha idade, que alguém me ofereceu um livro especial.
Esse livro não falava em fadas ou outras coisas mágicas, não tinha uma aventura encantadora nem ilustrações de sonho.
“O João sem medo”, era um livro com desenhos que não cativavam crianças e com uma história daquelas que se poderia ler apenas uma vez. E ponto.
Mas a verdade é que a história deste João, que não tinha medo, me tornou uma leitora assídua deste livro. E de quando a quando, lá ia eu, tirar a aventura do João da prateleira.
Havia algo de muito misterioso e arrebatador para mim.
Como é que este João conseguia?
Só porque não tinha medo!
Durante muito tempo não consegui igualar.
Vinte e poucos anos passados ainda não domino respostas. Mas sei que o João não tinha medo porque simplesmente não sabia o que isso era!
Ora se o medo é paralisante. Se nos impede de avançar, progredir e concretizar, só tem um motivo: porque sabemos o que é o medo, a desilusão, a frustração.
A Alice (wonderland) fê-lo.
É verdade que entre aventuras e desventuras passou por muitas ameaças e perigos inigualáveis, naquela terra desconhecida, onde até arriscou perder a cabeça.
Mas no final encontrou a sua revelação.
E neste meu herói e heroína, vou buscar a inconsciente energia, dia após dia.
Só depois de abrir a porta é que posso saber se há motivo para ter medo.
E se tiver? Bem… ai… há que decidir: Voltar a fechar, ou saltar para o lado de lá, mesmo com o friozinho na barriga!
Abras ou voltes para trás, a opção correta será a que te faz bater o coração!
Com amor,
Judite <3