Onde começa o amor

Amor próprio.

Sim, é aí que começa todo o amor. Em nós mesmos.

Um dia, circulava entre as minhas leituras e li algo que me deixou tao chocada mas estão esclarecida sobre o amor:

“Só podemos ser altruístas sendo egoístas”

Antes achava que o egoísmo era uma coisa extremamente má. E que nunca poderia ser boa pessoa, sendo egoísta.
Descobri que por vezes, muitas vezes, o egoísmo pode ser algo positivo, quando abrange um feito maior para o bem comum.

Naquele dia, esta frase fez todo o sentido para mim, e despertou uma série de perguntas e respostas, tão óbvias, mas por vezes tão dificeis, mais do que entender, aceitar.

Como podemos ajudar alguém, quando não nos ajudamos a nós próprios?
Como podemos fazer bem a alguém, quando não o fazemos a nós próprios?
Como podemos estar bem com alguém, quando não estivermos connosco próprios?
Como podemos amar alguém, quando não nos amarmos a nós próprios?

Tudo começa em nós.
Tudo começa no respeito e estima por tudo o que somos.
E isso implica o hoje, mas também o ontem e o amanhã.

Então, antes de ajudar, fazer ou estar bem ou amar outro, devemos (r)estabelecer essa relação connosco.
O nosso momento egoísta.
Vivamo-lo quando necessário!

Porque Amar, no fundo, é primeiro amar agradecendo a nossa presença em nós mesmos.

Porque Amar, no fundo, é primeiro amar a nossa bagagem: a que está, a que iremos tirar, reciclar ou renovar, e o espaço para novas coisas.

Tudo o que nos fez estar no lugar onde estamos neste exato momento deve ser amado e respeitado, porque só por estas vivências sabemos o que sabemos hoje. O que teos e não temos. O que queremos e não queremos.
E esta sabedoria valiosa no presente, será ainda uma grande ajuda no amanhã.
As escolhas que fizermos, serão outras, ou se as mesmas, mais conscientes.
Mesmo que não tenhamos essa perceção.
Mesmo que optemos por cometer os mesmos erros, vamos mais ricos, mais experientes.

Assim, para podemos fazer a diferença naquilo que fazemos, nas nossas missões pessoais, por mais pequenas que sejam, até às grandes ambições, passará sempre por quanto respeito temos pela nossa bagagem.

O que temos que já não nos faz falta, e que temos de tirar das nossas vidas e dos nossos corações. Agradecendo pelo que serviu, e reciclando o espaço para novas aprendizagens.
O que ainda podemos colocar, e quanto comporta, agora, essa disponibilidade.

Mas principalmente, gratidão e amor por aquilo que neste momento faz parte de nós.
O que escolhemos ter na nossa bagagem.
Mas também o que fomos recolhendo e recebendo aqui e ali, mas que por agora precisa de ficar.

Antes de amar qualquer outro ser humano, amar-nos a nós mesmos, com toda a nossa história, com todas as nossas vitórias, mas principalmente amar-nos por toda as nossas derrotas, porque elas (também) nos transformaram.

Com amor,
Judite