Quando é tempo de libertar
Esta semana começou atribulada, no meio de muitas celebrações abraçadas de reflexões.
A semana foi avançando extenuada de trabalho que ainda não estava orientada para o ritmo que me pedia, mas essencial para dar continuidade ao processo dentro de mim.
Vou a caminho de um final da semana que ainda recheado de trabalho, me acolhe em certezas.
Certezas de que o tempo, este tempo, é um lugar de despedidas.
Despedidas do que já não cabe, não faz sentido, que já entregou o que veio cá fazer.
Por vezes é duro fecharmos algumas portas, principalmente portas das quais demos o nosso suor e lágrimas… e o sangue, claro que nos fez bombear o coração para a execução.
É duro, porque é como renunciar a um filho.
E já não é a primeira vez que faço uma renúncia destas.
Lembro-me, há uns anos, quando vendi as cotas da minha primeira empresa que tinha em sociedade com o meu companheiro da altura, e algumas outras pessoas, como foi duro.
Custou mais tomar a opção de deixar a minha participação na empresa, do que a separação de 8 anos de conjugalidade.
Porque era a um filho que estava a renunciar.
Embora não seja mãe de humanos, já pari muitos filhos, muitos projetos que vieram da profundeza de mim e que investi tudo da alma ao corpo para o fazer andar.
Mas há momentos que temos que reconhecer que é tempo de largar.
Porque apenas quando abrimos espaço dentro de nós, podemos abraçar outras coisas.
Há muita coisa em mim, muitos projectos que andei a carregar em esforço, mesmo não fazendo sentido.
E agora, fazendo juz às minhas apregoações, tenho de avançar.
É normal que vejam a mexida por aqui.
Hoje, uma amiga, enviou mensagem a questionar pelo @dharmaholisticstudio que abriu faz um ano e já estou a encerrar.
Há projectos longos, há projectos recentes, mas sim, há várias coisas que me estou a desprender, pelo meu bem maior, para ter espaço para fazer aquilo que me faz mais feliz, e que muitas vezes tenho adiado.
Claro que fechar esses projectos não me encerra em mim a minha parte desses projectos. Porque na minha alma eu continuo a ser no meu dia a dia, aquilo que transportava para os mesmos.
Neste caso (do estúdio) e de outros, há coisas que continuarão a acontecer, casuísticamente, incluídos na essência de outros processos e projectos.
Só não existirão por si mesmos, com tudo o que requer a minha atenção neles.
E eu, bem, eu continuarei por aqui a partilhar, a orientar no que me cabe e escrever da alma e do coração…
Com amor e no tempo do desapego,
Judite