Escuta o teu corpo e a tua alma

Sabem que não falo muito aqui de simbolismo nem de portais ou outras entradas místicas, não o faço porque o conhecimento é muito profundo, e trazer aqui em meia dúzia de palavras e sentires, pode despertar muitas prisões ao misticismo das coisas.

Mas também sabem que vos falo muito de escutarem as mensagens individuais que vos chegam.
E, quem sabe, se neste dia, nesta energia mais intensa dos (re)inicios e fins que este portal nos traz puderam perceber algumas coisas.

Para mim, o 8/8 hoje foi brutal, de tal forma, que hoje, vou partilhar algo mais intimo que as partilhas de superfície q.b que normalmente faço, de contextualização para as partilhas.

Apesar de ser íntimo de mim, peço apenas a escuta para o que vos fizer sentir a vocês próprias.
Apesar desta ser uma história “em casa de ferreiro, espeto de pau”, não quero que olhes para julgar a minha história.
Porque ela não é mais que uma partilha para tu própria pensares em quantas vezes, relações (de todos os tipos) ou circunstâncias te colocaste em situações destas…

Então, aqui vai:

Hoje, num lugar onde não contava sequer estar, por uma imensidão de mudanças e acontecimentos sucedidos nos últimos dias me levaram a interromper a minha viagem por este lindo país, e o viajar em mim mesma.

Enquanto esperava pelo espectáculo, dei por mim a fazer uma reflexão, sentada de frente para um grande cartaz que anunciava o grande tema da @viagemmedieval.
Comecei a pensar na falsa sensação do tempo, dos seus limites, das suas mentiras e verdades, dos dois tipos de percepção de pessoas no mundo e como o mundo como o conhecemos hoje faz imagem das pessoas de mentira e das pessoas de verdade.
Passei pelas ligações entre vidas e os impactos que lhes temos. E quantas vidas já fomos.

Logo de seguida os tambores rufaram e interromperam ou acrescentaram esta minha viagem reflectiva e senti, dentro de mim, o estremecer de algumas estruturas.

Para quem não sabe, a musicalidade do tambor de batida forte, potencia a reorganização e a energia dos nossos 2 primeiros chakras: muladhara e swadisthana.
O primeiro está ligado à base da nossa existência, mais material.
O segundo às nossas emoções.

Nos últimos tempos tenho estado com estes meus centros em desequilíbrio.
Além de todas os sintomas mentais e emocionais e até fisicoa que eu possa ignorar, há um que é evidente quando tenho estes 2 centros em desequilíbrio: um aumento repentino e exagerado de volume abdominal e peso em geral.

Por isso, não era algo que eu não soubesse… mas era algo que eu estava a “empurrar”, para resolver mais tarde.

Só que o universo não se engana, e ele sabe quando nos deve fazer ultimatos, para nos colocar no nosso caminho.

Agora, vou contar-te algo muito íntimo: a história de uma relação recente.

Porquê?
Por vezes não imaginamos como nos ligar a determinadas pessoas, nos pode destruir energéticamente.
Não imaginamos como viver na superficialidade e na mundanidade nos pode destruturar completamente energéticamente e consequentemente em todos os campos da nossa vida.

Faz uns meses que me apaixonei por uma pessoa.
De alguma forma esta pessoa tinha de estar na minha vida para eu redefinir uma série de coisas, inclusive limites.

Uma pessoa aparentemente boa, de tal forma que me permiti envolver mais do que esperava ou até é normal para mim.
Mas energéticamente do pior que conheci.

Durante 3 meses que nos envolvemos, fiquei doente várias vezes, com manifestações de défice de saúde, completamente fora de contexto para mim.
Sentia-me cansada, irritada, obcessiva, com pensamentos destrutivos, entre muitas outras coisas que, inclusive, inibiram alguma conexão com a minha recepção de informação e acesso a dimensões que uso para o meu trabalho.

Houve um dia que quase me senti a enlouquecer.
E nesse dia, decidi fechar esta relação.

Mas não foi fácil, porque havia algumas pontas soltas, algumas coisas pendentes. Comecei a sentir-me avariada.

Afastei-me cada vez mais.
Isolei o máximo que pude esta pessoa.
Eliminei a minha conexão com ele nas redes sociais, apaguei o número de telefone, mudei o roteiro de caminho umas quantas vezes para evitar passar mum potencial local onde pudesse cruzar.

Mas, a densidade desta energia foi tão intromissa em mim.

Que sem me aperceber, continuava a manter em relatos de algumas histórias aqui nesta rede.

Ou até pôr em causa se era real o mau estar que sentia perto dele, ou se haveriam outras causas.

Quando cruzamos com pessoas assim, tudo pode ser destruturante.
E começamos a afogar na nossa própria (des)identidade.

Hoje, ia no carro com a minha irmã, e (confesso) que essa pessoa me veio à mente e partilhei com ela que apesar de tudo era capaz de ser amiga dele.

Será sequer que isso era possível?
Com que consequências? De que forma essa amizade sequer me ia ser útil de alguma forma?

Talvez a minha crença que as piores pessoas possam tornar-se boas, estando rodeadas de amor verdadeiro, incondicional, altruísta, me tenha levado longe de mais.
Talvez não estivesse a ver que o propósito daquela relação tinha chegado a um termo.

E aí vem a ‘magia’ do universo que nos fala.

Hoje, depois dos tambores me fazerem reveberar na certeza de que estava a precisar de me reencontrar no meu alinhamento, cruzei com essa pessoa.

Meses depois de não a ver.
Num dia em que não era suposto no meu planeamento consciente, estar ali.
Logo depois de ter pensado sequer poder estender a mão àquela pessoa.

Vi-a, de frente a frente, no meio da minha distração.
Vi-a porque senti primeiro a sua energia densa, pesada, infeliz, que me abanou. E ao levantar os olhos naquela direcção fui abalroada pela percepção de quem era.

As minhas questões foram levantadas.
As minhas questões foram respondidas, ali e também no carregar desta partilha de coração, que a única foto que tirei sozinha, naquele lugar, a minúsculos passos daquele momento, tem como plano de fundo uma tenda de facas e machados…

Hoje, no portal 8/8, abro o meu coração para ti, que me lês, para três convites para ti mesma:

1.
Não ignores o que o teu corpo te faz sentir de pessoas e lugares. Analisa com cuidado, sim, porque temos uma mente sugestiva e podemos incorrer em falsas percepções. Mas investiga, porque a nossa essência alerta-nos sempre do caminho certo. Teimar não o seguir só nos vai trazer impossibilidades, dor, destruição, no momento ou em contas posteriores.

2.
Não queiras ser mais para os outros, que eles querem ou estão dispostos a receber.
Mesmo que sintamos que está no nosso propósito ajudar alguém, temos de pensar primeiro em nós, ao invés de insistir em ficar perto de quem não quer a nossa ajuda ou presença.

3.
Não te envolvas com alguém que está na superfície.
Não te envolvas com alguém pela superfície.
A energia sexual é das dávidas mais sagradas que possuímos. Ela pode-nos ser destrutiva ou transmutadora.
Quanto mais a usarmos no prazer superfícial, mais ela nos vai consumir.
Quanto mais a usarmos em conexões profundas e conscientes, mais ela nos vai elevar.
Relações longas e de uma vida podem estar na primeira e pessoas que estão há pouco tempo até podem estar na segunda. Tempo não define. Honestidade e conhecimento profundo e energético sim.

Se a tua vida está destrutiva e destruturada, muito provavelmente tens estado a passar tempo com a(s) pessoa(s) errada(s).
E é por aí, que deves começar: a ficar só com a(s) certa(s)!

Com amor e de coração aberto,
Judite